terça-feira, 5 de novembro de 2019

1- PRÓLOGO

ESTE TRABALHO AJUDA A RE-ENCONTRAR O PRÓPRIO SER REAL SOBRE UN CAMINHO DE PEREGRINAÇÃODES-VELANDO OS FALSOS SENTIDOS DA VIDA QUE VÃO OCULTANDO A NOSSA AUTENTICIDADE. 

Aos 70 anos, Manuel Castelin entrega com amor aos jovens, nos idiomas que utilizou pelo mundo, Português, Galego, Espanhol e Inglês, o resumo essencial da sua caminhada de artista ao longo do Labirinto da Vida, como gratidão pelo que lhe deram de bom as suas comunidades, os seus países irmãos  e os seus povos. Manuel deseja a cada um dos companheiros e companheiras do caminho um grande crescimento em harmonia, uma orientação lúcida, umas  descoberta intensa, escolhas acertadas, coerência e frutificação.

Boa sementeira de tudo isso, e que viva a Vida.
Vigo, 13 de Novembro de 2019

O LABIRINTO DA VIDA é um percurso de reflexão artístico de 110 estações da aprendizagem evolutiva da nossa mentalidade ao longo dela. Não está ligado a religião alguma nem a qualquer ideologia em concreto, mas sim a uma busca  de  auto-encontro e de integração com a própria essência.


Cada número refere-se a cada possível ano da nossa existência.

As estações do Labirinto transcorrem ao longo de uma trilha de consciência para os seus peregrinos, e as suas etapas coincidem, neste trabalho, com as diversas opções, oficiais ou atemporais, do Caminho Português que leva a Santiago
ULTRÉIA (Vamos enfrente). Saudações, companheiros peregrinos, de Manuel Castelin, o autor destas cartas-guia, apenas mais um  caminhante, que leva uns 40 anos do Caminho das Estrelas, pelas Europas e as Américas, sempre usando desta obra processual, em qualquer rota, como livro de viagem, no qual anotar as suas aprendizagens.

Você pode se apoiar neste trabalho para fazer um caminho virtual, imaginário, sem sair do próprio espaço habitual, ou pode preparar o Caminho Físico, um pé a seguir ao outro, observando, ao mesmo tempo, tanto o que acontece no seu exterior como o que acontece no seu interior.

Estas cartas podem servir, em realidade, para qualquer caminho, porém, eu as adaptei ao Caminho de Santiago Português, porque já realizei outras antes, para o Caminho Frances.  https://www.facebook.com/Cartas-Guia-para-os-Peregrinos-do-Caminho-das-Estrelas-502611609924232/

https://youtu.be/T9BI2W6Lh5s  Video O Caminho Mágico de Santiago.

Naturalmente, o Caminho Físico, que eu recomendotem uma enorme vantagem sobre o virtual: você decide abandonar o seu ambiente habitual (onde se sente acorrentado à matrix por mil hábitos e rotinas, relações que vêm do passado e expectativas, obrigações e compromissos de futuro), sai de Lisboa, Porto ou Valença do Minho (último ponto de partida para poder chama-lo Caminho Português), e começa a caminhar.

Durante os primeiros quatro dias a sua mente continua a mastigar o mesmo passado e futuro que ruminava na sua casa e quase não se desliga do seu telemóvel-celular… Porém, ao quinto dia, começa a prestar mais atenção ao que de novo vai acontecendo, aqui e agora... Até poderia acontecer que, ao chegar à Sexta Etapa, você já estiver focado no presente... O qual suporia o seu primeiro sucesso da Via do Caminhar.

Por isso mesmo, para quem só pode fazer o Caminho Virtual, seria bom se animar a dar um passeio diário fora do ambiente conhecido, ainda que fosse curto, para se imaginar a fazer nele uma etapa física do Caminho Geográfico, sozinho ou acompanhado, procurando pensar nos seus textos e para aplica-lo aquilo que você observa durante o  seu passeio.

...E para meditar um pouco, praticando a consciente desatenção ao discurso do ego (ou personalidade automática, feita de falsos sentidos da vida que a acorrentam), e tentando sentir, na calma interior, as intuições provenientes do mais Real de si mesmo.

A meditação , junto com o esforço purificador de caminhar durante o día e sair para carregar a pilha da sensibilidade cósmica, contemplando as estrelas de noite, são  os principais instrumentos de todo o exercício peregrino: Caminhar no presente, meditar, contemplar e, como consecuência, refletir e tomar consciência. 
OS CAMINHOS

Existem várias rotas tradicionais que atravessam Portugal como, por exemplo, a que cruza o Parque Peneda Gerês, que conecta com o final do Caminho Frances. Bela, porém, algo dura, realmente para  super caminhantes.

Aqui apresentamos QUATRO OPÇÕES, para que qualquer pessoa, de qualquer idade e condição, possa realizar o Caminho de Santiago Português.

 A Primeira Opção consiste em sair de Lisboa e continuar até ao Porto, (ou partir do Porto para Vilarinho), e seguir depois o "Caminho Central" o que vai pelo interior de Portugal, aproximadamente 28 dias-etapas de Caminho, desde Lisboa até Santiago de Compostela, a VIA MAIS OFICIAL.

Ainda dentro da Primeira Opção, você pode fazer uma viagem mais curta saindo de Valença do Minho – 6 dias-etapas  e 117 kms. até ao final. Este é o percurso mínimo exigido para fazer o Caminho tradicional oficialmente, selando a sua credencial três vezes por dia em locais oficiais, dormindo em albergues oficiais e finalmente recebendo em Santiago um diploma oficial, chamado, em Galego, "A Compostelá", que certifica que você foi de fato um peregrino, tal como manda a Igreja Católica.

A Segunda  Opção, para quem preferir percorrer as praias, é o "Caminho da Costa". Consiste  em sair da cidade do Porto em direção a Labruge, e seguir as indicações. São 10 a 13 dias-etapas até ao final. É, também, uma VIA OFICIAL, isto é, marcada pelos governos nacionais e locais como conveniente para o desenvolvimento dos interesses turísticos de cada época.
A Terceira Opcãonão importando por qual dos caminhos você optasse até aqui, consiste em chegar à Compostela, a partir de Pontevedra, escolhendo a fascinante rota chamada “Variante Espiritual e Translatio”, ainda uma VIA OFICIAL, fundamentalmente paisagística. 


Finalmente, a Quarta Opção, será para quem se decidiu a fazer o Caminho das Rias, a partir de onde quiser, até  Valença do Minho e Tui, que são os portais Português e Espanhol da, por enquanto,  VIA NÃO OFICIAL, seguramente pre-cristá, a da Viagem Intuitiva e AS VARIANTES ATEMPORAIS, (a mais recomendada pelo autor destas cartas para os buscadores menos convencionais), com várias livres escolhas criativas a gosto do caminhante (ou navegante), melhor quanto mais distantes, segundo o més, das rotas massificadas da peregrinação profana também chamada do Caminho da Lebre

Ao percorrer as suas “Etapas Sem Tiempo” este "caminhante por livre" não vai, por enquanto, ganhar a Compostelá, nem vai ter carimbados os selos oficiais, mas pode facilitar o especial Auto-Encontro  que procuravam os peregrinos das tribos européias anteriores ao Cristianismo, viajando até ao fim do mundo então conhecido, isto é, até as recônditas praias (propícias ao recolhimento, à contemplação e à meditação), desde as que talvez podíam  "visionar-se no fim do dia" as míticas Ilhas dos Bem-Aventurados.    

Aviso:  Esta Quarta Via é só para artistas da Vida  loucos, aventureiros do espírito, poetas sem remédio, místicos trasnoitados  e enamorados da Natureza super-respeitosos com ela, com a condição imprescindível de peregrinar em solitário, salvo se acompanhados por uma excepcionalíssima musa ou muso.

AS  CARTAS  DO  LABIRINTO

Estas cartas surgiram de uma inspiração recebida no mais profundo da Floresta Amazônica Brasileira em 1989, o contei no meu relato “A Bebida do Poder” http://abebidadopoder.blogspot.com/

Elas inspiraram muitos outros trabalhos ao longo de muitos anos, entre eles, as “Cartas-Guia para os Peregrinos do Caminho das Estrelas” em Facebook. https://www.facebook.com/Cartas-Guia-para-os-Peregrinos-do-Caminho-das-Estrelas-502611609924232  

Finalmente surgiu de todas as minhas experiências o que eu estou a tentar que seja a minha obra de maturidade e o meu legado, e coloquei-lhe como tabuleiro de jogo O Caminho de Santiago Português, porque enlaça as duas culturas mais amadas por mim, as de ambas as ribeiras do Rio Minho, Lusa e Hispana, que fazem-se universais nas beiras dos Oceanos. 


Na época de globalização exploratória na que estamos submersos em 2019, confio em que Luspania, ou Latínia, ou Confederação Ibérica ou Latino-Americana –ou qualquer outro nome que acabe por se votar por maioría- ira-se convertendo, pela força do mais elevado do caráter ibero-americano, (seguramente mesturado com o excelente de outras culturas universais, por causa da hispanização de Norteamérica)- num dos blocos  globais mais prometedores da Humanidade, e aporto a isso o meu humilde grãoziho de areia, com todo amor e esperança. 

Acho que o mundo irá a ser melhor, quanto mais o indivíduo continue a desenvolver consciência de que o mundo é o seu próprio corpo maior.


PENETRANDO NO LABIRINTO

Você observará que 56 destas cartas referem-se a lugares geográficos, salvo as demais que restam, até completar as 110.

As primeiras, ou Menores, são as cartas-etapas das quatro opcões do Caminho, das quais já falamos- E, as segundas, entre as que estão os Perpétuos Essenciais mais as 24 Cartas  Maiores, são cartas-estados de consciência (os estados que o autor recomenda-lhe observar e cultivar dentro de si), a partir do momento em que você pediu ao seu Guia Interno escolher a tal carta, com o puro tacto e a cegas.


Os lugares geográficos pelos quais você passa ou imagina passar, não são mais do que espelhos da sua Caminhada Interior por estados de consciência. Isso é o único que na verdade nos importa. Por essa razão você pode fazer o Caminho das Estrelas virtual ou mentalmente, sobre este caminho ou sobre qualquer outro.

O percurso geográfico concreto não é determinante, por isso você pode escolher, conforme os seus gostos, a rota do interior, a tradicional, ou aquela que vai mirando o mar…  As associações e os municípios poderão ir criando, espero, trilhas e rotas mais atrativas que as atualmente disponíveis, e multiplicarão as opções.

Importa o Caminho do Autoencontro, não Santiago, que é só um ponto marcado para finalizar a experiência do caminhar físico. Não faria mal aos peregrinos se estes se interrogassem por que será que o Caminho de Santiago tem, precisamente, como símbolo uma concha, sendo Compostela uma cidade do interior, sem praias.

Agora que ninguém nos escuta, este velho caminhante conta-lhe a a sua opinião no seu ouvido, se você quiser escutar, amigo leitor: Suspeito que não há rotas ou lugares mais sagrados do que outros. 

Não deve have-los, porque toda a Terra é sagrada, se você a contempla a partir de uma perspectiva sagrada, o que quer dizer, a partir de um des-velamento da sua realidade interna, para o qual o marco ideal é a natureza mais pura e recolhida.

Também toda a Terra pode ser profana, se o observador estiver totalmente adormecido ou insensível perante ela, ou se fizer uma caminhada puramente turística, histórica ou desportiva, entre barulho de multidões, cultura de consumo e hipermercados espirituais.

Tanto em Portugal como na Espanha ou na internet, estes três tipos de caminhantes encontrarão, ao pé dos Caminhos Oficiais, centenas de cartazes e webs, cheios de indicações que correspondem aos seus interesses.  
Eu deixo aquí alguns links, para facilitar, sem ter que ocupar-me de essa parte.
https://www.gronze.com/camino-portugues

AGORA VAMOS AO  IMPORTANTE:


- O Caminho de Santiago tradicional, a peregrinação real, tem um sentido cristão ou, pelo menos, como diz a Credencial do Peregrino, uma atitude de búsqueda

Os crentes sinceramente cristãos -o nosso maior respeito para eles- só têm que seguir as prescrições da sua religião. Confiar em Deus... ou no Espírito Santo, no seu fiel Guia Interno, ou nos santos, no seu Santiago Interno... ser fraternos, rezar e visitar igrejas, assistir a missas, confessar e comungar. É melhor evitar chegar em Compostela durante o massificado mês de Agosto.

Quem procura, acha. Peregrinar até um lugar distante com a atitude aberta às mudanças e buscando elevação espiritual, é fácil de compreender que amplia a mente.

 Apesar de que peregrinar para buscar méritos e milagres, rezando sobre uma tumba onde supostamente se guardam os restos de um santo, pareça uma curiosa forma de materialismo espiritual. 

Já que, segundo um entendimento inteligente da religião cristá, o espírito do santo deveria estar no Céu, e já não mais ligado aos ossos ou cinzas dos ossos que abandonou há oitocentos, mil ou quase dois mil anos.


Numa mentalidade verdadeiramente espiritual, o espírito imortal e eterno do santo poderia ser invocado mentalmente ou por palavra, em qualquer momento e lugar, sem necessidade alguma de acercar-se fisicamente dos seus pobres restos físicos, mais ou menos corruptos.

Porém, parece que durante toda a Idade Média, a Igreja Católica traficou muito rentavelmente com este tipo de superstições. Dicem vários historiadores que Diego Gelmírez, primeiro arzobispo de Santiago, demasiado ambicioso para se contentar com que os peregrinos viessem em multidões à catedral que construiu para venerar as relíquias de um suposto apóstolo de Cristo, cometeu o abuso de retirar da catedral de Braga, em Portugal, as relíquias de outros dois supostos santos de menor hierarquia, mas que também atraíam devotos, e levou-lhas para a florescente Compostela.



Os crentes precisam tão só de crer, não nos astutos arzobispos como Gelmírez  (por outra parte um brilhante político, promotor do Caminho que construiu as Espanhas), mas sim em Deus, (na nossa essência original), e nos espíritos dos santos (ou espíritos humanos unificados com Deus), que se diz que dão ajuda aos seus irmãos que a pedem e a merecem.

Ou, faltando isso, a ajuda pode vir da egrégora da fé criada e mantida durante séculos pelo subconsciente coletivo, o influinte programa básico da nossa mente. 

Os crentes precisam apenas de crer, pedir e ser boa gente (isto é, ter cultivado ativamente uma mentalidade positiva), a fim de merecer.



A ARTE DESTAS CARTAS pode servir, especialmente, para aquelas pessoas  (não importa se crentes ou não crentes), que caminham com uma atitude de busca interna, ou de evolução da própria mentalidade, com o objetivo de sair da personagem que normalmente representamos, a fim de que  cada um  possa encontrar-se consigo  próprio.

O qual pode ter como resultado, se se fizer o Caminho com o sentir adequado, o reencontro com o Tudo que somos. 
...Algo muito mais singelo e natural do que aquilo que imaginam os que leram sensacionalistas relatos místicos sobre iluminação.

Porque todos os mundos que podem interessar ao ser humano, encontram-se no seu próprio mundo.




Para quem ainda não acordou para o des-velar, ou para o sentir o seu Ser Real, todas as partes do mundo de ilusão que contempla  são ilusórias, porque ilusória  continua a ser a sua percepção delas (ou seja, por serem contempladas a partir do ego pessoal e da matrix conceitual dos egos coletivos imperantes).


Reconhecer o ego ilusório e os seus falsos sentidos da vida é o objetivo de toda a Primeira Parte da Caminhada, qualquer que seja o seu ponto  de partida. 

Na Segunda Parte tentaremos fazer alguma coisa com o ego e com o seu programa deturpador da Realidade, os quais aprendimos a reconhecer durante a Primeira. 


Na Terceira Parte centraremo-nos cada vez mais profundamente em atender, além da tagarelice do ego, o que o nosso eu profundo tem para comunicar-nos.

Porque a informação que está de acordo com aquilo que é a essência do nosso Ser Original estende- se por si mesma a onde quer que existir pessoas e grupos dispostos a se abrir à percepção dessa realidade. 

Ela ressoa com eles desde a sua genética, porque é o mais autêntico que os seres humanos levamos dentro, apesar das personagens que representamos, dos adoutrinamentos das escolas, dos médios e dos políticos do sistema.

OS CAMINHOS DE PEREGRINAÇÃO E QUALQUER TIPO DE MEDITAÇÃO O REFLEXÃO SINCERA, SÃO EFICACES FERRAMENTAS PARA ESSA NECESSÁRIA E ABRANGENTE TOMA DE CONSCIÊNCIA, A QUAL DESCOBRIRÁ  TODO O NECESSÁRIO PARA  FACILITAR AS SUAS SEGUINTES REALIZAÇÕES.



Bom Caminho, caminhante, e Atenção Plena a aquilo no que você está a pensar.





COMO USAR AS CARTAS

Antes de iniciar o Caminho e escolher uma das variantes possíveis, peço a ajuda do meu Guia Interno, o meu Ser Essencial ou como você quiser chamar ao seu centro de consciência. Ele é real, ainda que misterioso, é claro. Porque todo o demais que você percebe na sua mente, de sobra sabe que é escuro, superficial ou inconsistente.

Você pode confiar nele porque ele é o seu melhor e único você, e não as suas muitas máscaras. Faça esta conexão bem feita.
E a mantenha.



Assim, coloco-me no centro do meu ser, eu sei como. Todo mundo sabe desde que nasceu, ainda que não ouse reconhecé-lo ante outros.

Baralho, estendo as cartas sobre uma mesa ou sobre uma roupa colocada no chão. fecho os olhos e passo as mãos sobre elas.  

Pelo tacto dos dedos, permito ao meu ser escolher uma; olho as imagens, leio o título, e deixo que a intuição -a minha conexão com a minha Fonte de Vida- me diga algo. 

Tomo nota e agradeço sem necessidade nenhuma de rituais, dirigidos ao único que fui que sou desde sempre. 

Agora observo a mesma carta do lado contrário, e procuro uma segunda intuição, que irá complementar a mensagem da primeira.


Ligo as duas, tomo nota e agradeço ao meu eu, sem senti-lo, nem por um instante, como algo separado de mim.



Uso a minha razão agora. Reflito. O mais importante da consulta é o que chega até o meu racional sem incertezas, nesta reflexão.


O NOSSO  CAMINHAR PELA VIDA ATÉ SENTIR O AUTO-ENCONTRO, NÃO É LINHAL. Ninguém, salvo 
você próprio, pode marcar-lhe a melhor rota a escolher, só é possível descrever perspectivas de caminhantes anteriores ou disposições à conveniência dos governos locais. Indicações, subjetividade, sugestiões comerciais e normas profanas. 

A ÚNICA NORMA SAGRADA É RESPEITAR OS CAMINHOS, QUE SÃO DE TODOS, E A LIBERDADE DE BÚSQUEDA, CONEXÃO À SUA PRÓPRA MANEIRA, ELEIÇÃO E AUTOENCONTRO DOS OUTROS CAMINHANTES.

 Em cada encruzilhada que sinto como importante, ou em cada possibilidade de sair do caminho para vivenciar qualquer oportunidade que surgiu, ou qualquer fato significativo que aconteceu, eu posso voltar a escolher uma nova carta.  

E refletir, sem deixar margem à medos e superstições, sobre esse espelho deste momento, e tomar uma decisão desde a minha essência e a minha sensatez humana.

Só após refletir o suficiente, e nunca antes, é que me convém ir consultar o Livro do Peregrino. É o momento para estudar os textos correspondentes aos números das cartas, por ambos os lados, que tirei antes, o é para receber novas intuições ao observar os quadros que foram pintados a pensar nessas cartas, o é para ligá-lo tudo -o meu ser sabe como- e para continuar a refletir. 

São exclusivamente as suas intuições, consideradas com maior ou menor inteligência pelas suas reflexões, as que decidirão com a emoção ou com a razão (tal como sempre nós decidimos), o seu caminho e as suas ações.

Das minhas reflexões tem que sair uma decisão que nao repugne á razão nem á minha ética. assim como um propósito a ser seguido e cultivado, pelo menos durante uma semana. Decido, realizo.

Reflexão sem decisão realizadora é como flor sem fruto. Flor linda, porém, estéril, que cedo murchará. Fogos de artifício.



No final do dia ou no início, posso meditar sobre uma das cartas, escolhida à toa, sem mirar… Ou posso procurar, de olhos abertos, aquela que corresponde a cada estação que vou percorrendo.

Posso refletir sobre as perguntas que faço a uma ou a várias cartas, posso criar as minhas próprias jogadas para as consultar. Mas, coidado, nem estas cartas nem nenhuma outras podem adivinhar nada.


NÃO PODEM, simplesmente, porque o futuro não está pré-determinado. Você muda o seu rumo e o seu futuro de cada vez que decide mudar os seus planos ou orientações. As suas decisões fixam, encaminham e materializam os seus ensonhos. 

Não há nada nestas cartas nem de esoterismo, nem de misticismo, nem de Física Quântica, nem de crença alguma, ainda que não podem serem alheias ao já asimilado ou ainda não asimilado pelo autor.

Não necessita fazer cursos de Cabala o seu ser para lembrar que ele é uma semente da Criação inteira e de todas as suas potencialidades. 

Não são estas cartas um Tarô, ainda que se lhe assemelhem, já que somos livres de jogar com o Tarô ou com qualquer outra coisa procedente de qualquer cultura.

Porque o fato de se reconhecer como ser humano universal, se você fez evoluir a sua mentalidade mais além de fanatismos, e se cultiva, conhece, aprecia e usa a cultura humana eclectica, aberta, e a faz sua, é uma das sub-entidades que pode, legitimamente, reivindicar como pertença.

Reconhecer-se como um humano universal, tao aberto a todo como prudente e discreto frente a supostas verdades incuestionáveis, é uma sub-entidade ou roupagem mental do seu Ser muito mais ampla que à que supõe identificar-se unicamente  com um concreto local ou etnia, contexto cultural, religião ou ideologia.

O seu ser é dono de todas as identidades, todas são respeitáveis e compatíveis em alguns aspectos, e nenhuma dessas caras ou facetas básicas é capaz de sintetizar a essência da sua  complejidade, salvo quando ascenden ao ápice da pirámide e confluyem no seu  mais elevado nivel de consciência.

Ninguém exterior a si pode interpretar as cartas (se o fizer, a sua interpretação  seria tão só uma opinião que, como muito, poderia servir-lhe a ele mesmo).  Ninguém pode, tampouco, prever, antecipar ou predizer o que acontecerá no seu roteiro de vida, antes de você mesmo o "de-sonhar", desenhar e o decidir construtivamente.


OS SETENÁRIOS

O Labirinto simboliza o caminho evolutivo da nossa mentalidade ao longo da vida, e posso fazer a minha reciclagem e síntese dela percorrendo mentalmente, conscienciando e limpando, os seus ciclos de 7 anos, ou setenários...

...Sen esquecer o período pre-natal da gestação da minha manifestação neste mundo, por parte da minha linhagem e dos meus pais. 

Nem estes setenários de preparação nem os da nosa realizão (desde que começamos a aprender a conciliar e converter em poderes complementares as nossas forças aparentemente opostas), contabilizam-se dentro do tempo e plano físico do nosso corpo.

O peregrino atento que medita sobre a sua transformação progressiva se apoiando nestas cartas, irá compreendendo isto, sobre tudo, desde a sua entrada em Galiza.

Estas cartas são apenas um artifício para ajudar a intuir a refletir, a refinar a nossa sensibilidade, a clarificar a nossa psique e a desenvolver autoconsciencia através das suas imagens e textos.
  
A sua própria  procura do mais autêntico, profundo e atemporal de si mesmo, motivou ao autor deste trabalho a imaginar formas plásticas e escritas com as que descrever e ordenar os sucessivos descubrimentos do seu processo ao longo da vida. Manuel Castelin o dedica a todos os companheiros e companheiras que também  sintam a vida como a arte e a aventura do autoencontro.


Dois ou três novos paradigmas de civilização mundial, baseados na fraternidade e na confiança de que para nada necessitamos de revoluções violentas nem de engenharia social dirigida e manipulada, estão a se desenvolver agora mesmo como potencialidades, a partir da compreensão de que todos os seres deste planeta temos a mesma essência (apesar do excluinte dos nossos egos) e, portanto, poderemos entender-nos no nivel mais elevado das nossas consciências.

É este desafío o que correspondería a este tempo no qual escrevo (apesar do panorama canibal que certos interesses divisionistas querem impor-nos nas mentes), o qual é muito pouco, comparado às evoluções do nosso planeta-berço, que já estão-se gestando para o futuro dos nossos filhos e netos. 

A nossa consciência deve encontrar e encontrará veículos para estender-se por todos os âmbitos que ela é capaz de imaginar, pois está destinada a sintetizar diferenças (EM LUGAR DE ENFRONTÁ-LAS) e a co-criar sobre elas. 

Isto é uma pura questão de treino, métodos e tempo. O nosso caminho como espécie é o amplo Caminho das Estrelas.

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